sexta-feira, 8 de março de 2013

“O império contra- ataca” ou “As duas Torres”???


Diário do EU sozinho - 07/03/13


Dando continuidade aos passos iniciados ontem, continuo num misto das fases de mudança e informação aos próximos e queridos sobre o ocorrido. Hoje foi o dia de minha mãe. Ela não pareceu feliz com a notícia, mas se contentou em perguntar como eu estava e se a iniciativa havia sido minha ao que respondi negativamente, em ambas. Não, não fui eu quem tomou a iniciativa e não, também não estou 100% mas estou ok. Por hoje é o suficiente estar ok visto o ontem em que não estava ok e o anteontem em que eu estava péssima.

Passei a madrugada assistindo a vídeos de como “arrumar sua casa”, como “arrumar sua carreira” e como “arrumar sua vida” enfim. Me arrumei bem ontem e hoje realmente passei o dia arrumando coisas. Roupas, documentos, papéis, objetos diversos, numerosos e complicados. Fui tentando simplificá-los como quem tenta simplificar a vida. Por volta do fim da tarde quando fui almoçar me deliciei com um trecho de uma entrevista dada por Jane Fonda à GNT (canal que, aliás, redescobri na web e me apaixonei!) dá pra assistir por aqui o vídeo da entrevista

Na entrevista Jane diz à repórter que ainda estamos muito longe de termos direitos igualitários e que o mundo ainda precisa mudar muito e não é pouco não. Mas o que mais me encantou foi o fato dela dizer que está no 3º ato de sua vida. Os últimos 30 anos de vida. Jane Fonda se encontra com 75 anos. Como se cada trinta anos correspondesse a um ato. Pela expectativa de vida que possuímos ultimamente é bem possível colocar as coisas dessa forma. Vide que aos trinta anos passamos pela  grande curva em relação ao nosso amadurecimento, ou como dizem alguns médicos, quando começamos a definhar. E os sessenta anos outra grande curva, onde alguns começam de fato a ficarem senis ou a desenvolverem doenças degenerativas graves. Os supostos últimos trinta anos que teoricamente durariam dos sessenta aos noventa anos seria o último ato. Ela diz na entrevista que quer viver bem esse último ato e pra isso é preciso refletir sobre o que se fez e o que se foi nos últimos anos. Uma auto investigação sobre si e sobre sua própria história.

Fiquei mais uma vez encantada com essa mulher que conheci através dos livros  pela experiência, pelo questionamento de quem ainda não têm todas as respostas, de quem continua se perguntando sobre si , que ainda esta se tornando algo a cada dia. Ela ainda está se tornando quem ela é. Isso é maravilhoso vindo de uma pessoa que já adentrou o terceiro ato de sua vida. Ela está ok consigo, mas quer saber e sentir mais. Longe do ideal de perfeccionismo impingido por uma mídia de massa alienante que ordena a todos serem 100% em tudo o tempo todo, Jane Fonda aos 75 anos quer estar plena dela mesma e melhor que isso, ainda está entendendo quem ela é.
 Isso realmente me motiva. Foi um presente ouvir suas palavras. Sentir sua energia, que é única e forte e presenciar sua postura que é ímpar e me serve muito de referência sobre quem quero ser. Pois estou assim como ela entendendo quem sou e o que quero ser. Estou no início do meu segundo ato e entre “O império contra- ataca” e “As duas Torres” ainda não decidi qual será meu gênero e nem que linha vou seguir. Só sei que esse ato não comporta desfechos, é o grande momento das tramas se desenvolverem, os primeiros trinta anos foram à apresentação de quem é quem e como é esse mundo que me cerca. Agora é chegada a hora de desenvolver essa estória e isso às vezes é bem confuso. Pois bem. Nem sempre dá pra   entender mesmo... Determinadas coisas que acontecem agora só serão explicadas mais a frente. Todo bom roteirista entende isso. Acredito que talvez esse tenha sido o motivo de Jung gargalhar quando enfim chegou a hora de cerrar as cortinas do seu próprio espetáculo. Espero poder fazer o mesmo quando chegar minha hora.


Mas como ainda falta, ainda estou aqui, me sinto grata por ter a oportunidade de pensar sobre mim mesma com essa clareza.
Encerro o dia de hoje com mais trabalho e a conclusão de que meu corpo é muito sensível e por mais que eu queira demonstrar força ele me condena doendo, deixando minhas mãos trêmulas e frias e me causando vertigens e muito mal estar. De fato, o corpo não mente.
Ainda estou muito frágil. Ainda preciso curar. “- Eu não tenho um barco, disse a árvore.”
Não. Eu não tenho um barco. Digo eu. Obrigada Cícero  A despeito do tema, hoje a trilha é esta e o refrão realmente é sem graça.



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