sábado, 28 de janeiro de 2012

Saudade


Essa semana termina de forma muito nostálgica.
À começar pela família( nossos primeiros amigos) passando pelos amigos (nossa segunda família) e terminando por mim mesma de forma filosófica ou poética ou o nome que você quiser dar para esta pequena brincadeira.


Revendo a foto que traz esta palavra tão particular a nós brasileiros comecei a brincar com a saudade. Sal da idade. o tempero que vamos ganhando com o tempo.
Sal da idade...
Saudade.
Saudar aos bons tempos idos.
Aos nossos queridos.
À tudo o foi.
Dar o sal.
O sal dar.
Saudade até que é bom
Melhor do que caminhar vazio.


quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

E depois da chuva...


Terminando a série "onde você estava ontem", algo estilo "Você se lembra onde estava no 11 de setembro?" resolvi começar uma série nova.
Onde eu estava em 1985?
E foi aí que encontrei estas imagens bucólicas de um aniversário feito no Colégio Paula Frassinetti em São Sebastião do Paraíso.


Época maravilhosa em que tínhamos aulas de pintura, música, aprendíamos as letras com desenhos. Nossas provas eram dificílimas, precisávamos colorir sem sair do traço, escrever a letra A cinquenta vezes e a linha tinha que seguir reta. E quando ao invés de linha era aspiral? E o círculo? Eu ganhava doces todos os dias, ia rolar o 1° Rock in Rio e meu maior problema era o fato de não querer tomar sopa no jantar...


Adorávamos rir uns dos outros, às vezes alguém se irritava e batia em alguém...Lembro que nossos pertences ficavam em uma caixinha de sapato e a minha vivia toda suja por que adoravam comer minha pasta de dentes de tuti fruti da turma da mônica.
Tinha o pastelzinho gorduroso da cantina que todo mundo amava e coca-cola se tomava numa garrafinha chamada caçulinha. Apesar de que em casa o Vô só comprava Sukita. Por que tinha suco de laranja e era mais saudável...


Desse aniversário eu sei que poucos devem se lembrar, mas eu me lembro.
Esta turma com a qual eu estudei em 85 não foi a turma com a qual eu me formei em 94 por que no ano seguinte a essa foto em que eu e meus colegas nos encontrávamos no pré-escolar, me mudei para o Rio de Janeiro, passei a estudar em um colégio chamado Cruzeiro de ensino bilíngue e não fui para a 1° série como eles... fui para o C.A. (classe alfabetizadora) onde fui alfabetizada em alemão.


Quando enfim voltei a encontrá-los em meios de 89 eles estavam na 4° série e eu voltava para o Colégio Paula Frassinetti em grande estilo na 3°série. (tenho a impressão de que cheguei a ouvir o termo repetente algumas vezes)
Não lembro o que me magoou mais, se o fato dos colegas que antes eram tão amigos me tratarem com indiferença ou dos que simplesmente agiram como se não me conhececem por acharem que eu tinha repetido o ano...ou algo assim (aliás algo comum nesta cidade, fingir não conhecer o outro por desaprovar alguma conduta).
Sei quem continuou amigo. Com eles converso até hoje. Os demais nem sei por onde vão ou se vão.
Só sei que hoje resolvi tirar essas memórias da gaveta.
Pra quem se achar por aqui tudo de bom pra você!
Nós éramos felizes não?


Dizer o quê?


Hoje foi com certeza um dos dias mais peculiares desse ano.
Peculiar aliás já virou meu adjetivo oficial e preferido para o Município de São Sebastião do Rio de Janeiro.
Eu realmente não sei o que dizer nestas horas.
O que pensar já é muito diferente.
E tenho feito mais que pensar ultimamente.
Tenho agido.


Hoje mesmo, passando pela 13 de Maio eu comentava com um amigo :
_ Eu tenho bilhete único, cartão do metrô, mensalidade na Bike Rio e ando a pé! Sabe por quê?
Por que nenhum desses sistemas (ônibus, metrô e bicicleta, nessas horas agradeço não ter carro) funciona direito nessa cidade. Diferente deste termômetro aqui em cima que ao contrário do que muitos pensam funciona sim e não está errado não.
Absurdo?


Hoje voltando pra casa do trabalho encontrei a mesma 13 de Maio assim, quer dizer, não encontrei, pois o que pude ver foram cordões de isolamento, polícia, bombeiros, jornalistas, enfim uma quantidade enorme de profissionais tentando resolver o que podiam dessa catástrofe. Nem quero entrar em mérito de "poxa eu conheço gente que trabalhava ali", ou "Caramba eu passo lá todo dia" pois eu mesma estaria ali naquele horário esperando meu ônibus que passa uma vez na vida outra na morte (e aqui a intenção não é fazer trocadilho maldoso) se hoje por acaso não estivesse dando aula.
Absurdo?
Não sei o que dizer... Mas tenho pensado muito.
Então heis que uma alma humorada ou desinformada ou simplesmente não contaminada com a mesma comoção, posta em seu face a seguinte redação. (será que posso chamar assim?)


Então realmente não sei o dizer.
Eu deveria estar rindo, não deveria?
E você?
Está rindo?
Será que alguém entende A MINHA REVOLTA???

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Bikes , Becketts e Babuínos


Ah gente... Essa semana têm sido mesmo uma curtição só. Depois de conseguir enfim me libertar da dependência doentia dos ônibus da transurb que circulam Santa Teresa e redescobrir o prazer inenarrável de ir e vir ( mesmo a pé ou de bike) graças as minhas próprias pernas, que estão ficando lindas diga-se de passagem... Tive conversas muito interessantes, ouvi pensamentos curiosos e compartilhei de observações no mínimo peculiares. Acredito que a mudança menos cafeína e mais endorfinas têm funcionado bem. A próxima mudança deverá ser menos contas à pagar e mais dinheiro à receber, melhor, recebido.
É sério, determinadas mudanças de padrão são realmente interessantes. Chego a dizer que nos tornam menos oprimidos. O que me leva ao Beckett e todas as idéias interessantes que ouvi sobre sua obra Godot. Acho que me encanta os vislumbres que tenho enquanto converso com determinadas pessoas. Amei a percepção que tive hoje em sala.
Já na volta pra casa tive que me segurar enquanto ouvia uma criatura que guinchava um funk qualquer, ininteligível pra mim. Entendi algo como: eu não pego barriga... 
Vamos torcer pra que isso seja verdade, dado que a despeito de algumas raças estarem em perigo de extinção, outras se proliferam descontroladamente por aí em bailes funks ...
Quem dera fossem Babuínos...
E viva São Sebastião do Rio de Janeiro!!!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Vou continuar...

A pedalar pelas ruas da cidade...
Procurando ver a gente viver,
Esquecendo de mim...
Pensando em você.
Este post é sobre minha recente experiência com o sistema de bike by rent
(gostaram do neologismo plagicombinado?) lançado pelo site http://www.mobilicidade.com.br/bikerio.asp

Eu, Ana Cândida, 32 anos, Carioca, andei de bike pela orla de Copacabana pela 1º vez na minha vida. Foi emocionante. Como nunca tinha feito isso antes? Ok...nunca tive bike no Rio, sempre vivi em Santa Teresa e sair daqui de bike e ir pra Copacabana não é tarefa fácil...
Com esse sistema posso caminhar até Laranjeiras e daí pedalar até Ipanema onde trabalho.
Claro que nada é perfeito e tudo possui seus prós e contras. No caso das Bikes tive dificuldade pra chegar na ciclovia e andar de bike junto aos Carros é meio nervoso... também tive um contratempo na estação 56 da Urca que reteve as bikes e não queria liberar nenhuma, não teve remédio a não ser caminhar até a estação em frente a UFRJ...
E pra fechar com chave de ouro, me programei pra deixar a bike no largo do machado às 9:40, tive que correr até a estação de Laranjeiras pois a do Largo do Machado estava Lotada... ou seja...problemas à parte, hoje devo descer denovo pra Laranjeiras.
Essa imagem aqui é do http://flaviojose.blogspot.com/2011/10/bike-rio.html de Sete Lagoas.
Por enquanto é a imagem que posso postar visto que minha câmera foi passar férias na casa da mãeJuana...
Abraços e boa semana pra todos nós!
E boas pedaladas pra mim!

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

E...

Hoje meu dia não foi tão produtivo quanto o 2º dia do ano, em que fui à reuniões, consultas médicas, treinamentos funcionais e fisioterapias afins... Ainda cozinhei e joguei vídeo game. Não. Hoje o dia foi mais filosófico e intelectualizado. Estudei alemão, terminei a pesquisa sobre as origens do jogo de Tarot para Dante's Purgatorio e passei uma boa parte do dia lendo à respeito de teorias que discutem a origem da moralidade humana totalmente dissociada da religião. Se todo espetáculo que começamos nos oferecesse esse tempo de pesquisa e discussão, tenho certeza de que a nossa classe artística seria no mínimo diferente. Ao Passo que nenhum de nós pode se dar muito ao luxo de passar de 4 a 6 horas por dia estudando ou praticando alguma habilidade física. Quem dirá um instrumento musical ou sua própria voz...


Temos normalmente que executar tarefas que nos são tão alienígenas quanto prum astrônomo entender de cultivo de diferentes tipos de fungos (a não ser que este seja o Hobby dele e ele tenha uma estufa no fundo do quintal para cultivar os bichinhos..rsrsrs). Mas estou me referindo a falta de estrutura em que trabalhamos e a forma como estamos organizados, obrigando-nos invariavelmente a desempenhar funções que não são de nossa alçada, ou às vezes, de nossa capacidade. Eu pelo menos não conhece nenhum musicista cujo Hobby seja contabilidade...
Brasileiros que somos, nos adaptamos às diversidades e desenvolvemos um jogo de cintura absurdo para abarcar diversas etapas de uma produção artística. Mas a realidade é que isso torna nosso trabalho muitas vezes inferior, digo muitas vezes e não sempre pois existem produções brasileiras com poucos recursos fantásticas graças a Hiper criatividade de seus criadores. Mesmo assim, não são poucos os exemplos que temos de produção cultural estrangeira hoje em dia, é só observar os créditos de um filme ou um programa de um espetáculo teatral como do Theatre du Soleil. A equipe responsável por aquilo é enorme e conta com profissionais especializados para cada área do produto cultural em questão. Cito ainda o filme "Coraline" , quem assiste ao making-of fica abobalhado ao ver que existe um profissional por trás de cada detalhe, um responsável pelos olhos do personagem x, outro pelas luvas da personagem y, outro só pra fazer os movimentos das flores do jardim na cena W e assim por diante. O que quero dizer com tudo isso é que essa história de atuar, dirigir, produzir, captar, vender, servir cafezinho, prestar contas e atender o telefone, tudo ao mesmo tempo podia dar certo com o Procópio Ferreira que era um Gênio e vivia em outra época muito diferente da nossa diga-se de passagem, mas que pra mim não têm funcionado muito bem não e a cada dia que passa tenho mais certeza ainda que a melhor forma de se trabalhar é com cada macaco no seu galho, unindo forças, somando recursos, com os pés no chão, olhar à frente, coluna ereta, mente aberta e coração tranquilo. Afinal de contas, se não podemos atuar com o que nos propomos por estarmos sempre às voltas com o que não queremos de que nos adianta permanecer?
Como iniciei lá em cima o dia hoje foi mais filosófico que produtivo.