domingo, 21 de abril de 2013

UMNENHUMCEMMIL

Diário de EU sozinho fins de Abril.

Ontem fui assistir ao Espetáculo UMNENHUMCEMMIL de Luigi Pirandello com Cacá Carvalho no sesc de Copacabana.

Depois de uma hora e meia  imersa numa personagem complexa e intensa, num exercício reflexivo e ao mesmo tempo incansável. Cacá é um monstro! Saio do teatro com os olhos cheios dágua não só pela imersão e pela dor pungente de ser Humana, mas também pelo desabafo do ator que apesar de ser alguém em nosso meio, percebe a realidade cruel da Lei Ruanada e da exclusão de tantos artistas que não conseguem sobreviver em nosso país por conta de tudo o que já sabemos. E o que não sabemos mas terá sido o óbvio como diz Caetano.

Depois me encontrei com Marcos Fayad. Outro monstro! E lhe contei sobre a cremação do Pai e falei sobre como andava me sentindo por conta dos últimos acontecimentos. Ele sempre impagável e implacável!
Amo demais!

Essa semana foi marcada por muitos acontecimentos. Alguns muito bons outros nem tanto,outros muito ruins...enfim, como a vida deve ser.

Mas existe algo que me inquieta ao ponto de eu vir aqui escrever sobre. Recebi em minha timeline uma postagem sobre Poliamor enviada por uma pessoa que me dói de forma ridícula. Por que essa pessoa possui o amor de alguém que amo. Alguém que embora tenha vivido comigo nos últimos anos, nunca a esqueceu. Alguém que sempre a trouxe de tempos em tempos me fazendo enxergar o fato de eu não passar de uma muleta. Alguém não especial. Um nenhum. É muito ruim amar tanto e se ver como um ninguém. Ninguém em especial. 

Eu realmente amei muito a 4 pessoas nessa minha vida.

Foram 4 homens com os quais dividi minha cama e minha vida e com os quais fui imensamente feliz e  com os quais fui imensamente infeliz. Não exatamente nessa mesma ordem. 

E a única certeza que tenho, pelo menos de três deles, é que não fui um nenhum. Não fui um ninguém. Não estamos mais juntos é verdade, todos estão "bem" em suas novas vidas, mas sabemos quem fomos uns para os outros. E em momento nenhum desejei em meu coração que isso fosse diferente. Pelo contrário, desejei a todos eles que fossem imensamente felizes em suas novas jornadas. Principalmente por tanto amor que me deram enquanto estiveram comigo.

Então me vejo um nenhum, uma muleta, um ninguém. E isso dói. Por que não é a dor do "não te amo mais". É a dor do "nunca te amei de verdade".

Não desejo isso a realmente ninguém. E é justamente por isso que vejo esse poliamor de uma forma muito suspeita.

Acho difícil que três pessoas se amem desse forma. Acho que existe um desejo enorme de uma pessoa por duas a quem ela não quer escolher e a concessão das outras duas por amor. 

Em três: uma "ama" duas e duas fazem concessão. Claro e sempre, por amor. O Poliamor. 


Feliz da mulher que pode ter todos os seus amores numa mesma cama. Me lembra o egoísmo da mulher que desejou tão intensamente a desgraça de quem ela amava que a vida dessa pessoa ficou presa e estancada a esse amor. Altruísta? Não vejo onde.

Já estive com dois grandes amores em uma mesma sala durante toda uma noite. Não houve concessão. E justamente por amar os dois, não permitiria o sofrimento em nenhum deles. Os amei de forma a não machucar nenhum. E foi uma boa noite de sono para os três. 

O primeiro sabia que nossa história já havia acabado, o segundo sabia que a história anterior era belíssima e muito forte. Mas independente disto era com o segundo que eu estava. E isso havia sido minha escolha. E isso era mais forte. 

Seria lindo pra mim tê-los na mesma cama. Pra mim. Pra mais ninguém e nenhum dos dois.

De duas uma, ou eu deveria ser mais egoísta a ponto de desejar a desgraça a quem me fere e me lixar pros sentimentos de quem me ama ou talvez eu realmente esteja longe de saber o que é o amor. O poliamor então... hehehehe ai... a léguas... Também Já estive com mais de uma pessoa numa mesma cama, e pelo que vivi, em uma relação a três sempre existe alguém com o "coração" na mão.

É isso, uma modesta opinião de quem não descartou nenhuma das opções acima e está sempre disposta para o amor. Seja ele qual for, desde de que correspondido. hehehe 

Por que essa história de ser nenhum, um ninguém,  não está com nada né? 

Estou aqui para ser amada. A isso sempre direi sim!

Sim!

hehehehe....

Bora ao teatro ver os amigos!!!
Bom domingo!



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