terça-feira, 2 de abril de 2013

Páscoa em trabalho de parto

Diário do Eu sozinho 31/03/13
Diário do Eu sozinho 01/04/13


Do renascimento ao dia da mentira...


Ok...
Vou ser breve.

Meu trabalho de parto foi realmente intenso, mas sinto que no fringir dos ovos, ou melhor, no romper do hímem, minha situação continua precariamente frágil...

Depois de um um dia pensando em borboletas saindo do casulo e em Náiades (referência direta de Oxum ) fui pêga de surpresa pelo Face que me trouxe o contato direto de alguém cuja ausência eu trabalhei continuamente durante todos esses dias. Num passe de mágica toda a minha reelaboração foi pro espaço e meu corpo sem nenhuma vergonha mostrou toda a minha pungente fragilidade. 

Respiração encurtada, mãos geladas e braços dormentes, boca seca, nó na garganta, fora o estômago completamente maluco.
Trêmula, tentei ser o mais sincera possível, e ao mesmo tempo agradável. Mas tudo aquilo me foi tão desagradável como alguém que quer ser notado pelo brio da roupa nova e é notado pela lama nos sapatos. Impossíveis de serem limpos em tão pouco tempo...

Fiquei sem chão... 26 dias de trabalho árduo e meu corpo dói... minha pele ainda se lembra. Tem saudades, sofre  e chora por dentro, num vazio oco e frio.

Difícil é se resignar e aceitar que minha pele tem outro tempo, não o que eu quero. Ela ainda se lembra e é dessa pessoa que sente falta. Como uma criança que tem desejo por algo que só pode ser aplacado por esse algo. Não basta o semelhante, ou o sinônimo. 
Não há outro meio a não ser cobrir a marca e sobrepor outro cheiro, outro tato.
Criar outras marcas por sobre esta. 

Hoje soube que em "ATravessia das Feiticeiras" Taisha Abelar escreve que quando dois seres trocam suas energias, o corpo leva até 7 anos para se desfazer desses registros. Ouvindo isso eu suspirei fundo e pensei... pronto... 7 anos... Realmente, eu nem tinha me livrado dos registros anteriores... Como eu poderia controlar determinadas sensações???

Parece um redemoinho energético sem fim...

Realmente... depois de meses repetindo finalmente a palavra escolhida para os próximos meses parece ser realmente.

Acho que estou caindo na real.

Não vai dar pra passar mais ilesa do que isso.

A realidade é essa. Ou eu transformo esse registro, mesmo que embaralhando essa memória, ou vou sentir essa presença durante os próximos 7 anos.

Agora entendo por que não nos mantemos sozinhos por muito tempo. Existe uma falta que é quase insuportável. 
É fisica, mas não me refiro apenas ao ato sexual, é de toque, de afeto, de presença...

Chego ao fim do domingo bem  chateada...

O meu primeiro de abril será uma frase estampada com letras em caixa alta:


- EU SUPEREI MINHA SEPARAÇÃO E ESTOU ÓTIMA!!!

com o seguinte post scriptum logo abaixo...

ps: primeiro de abril....



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