domingo, 31 de maio de 2020

DO ALTO DA TORRE

Do alto da torre se trata de um compêndio, uma mini coletânea de textos, áudios e vídeos pertencentes ao processo de construção de cenas para o congênere "Um feito" dividido em cinco partes. Cinco pequenos congêneres em si.

Prólogo - Uma fábula para uma família.
I Ato - Um feito para uma feita.
II Ato -Um fado para uma foda.
III Ato -Um fecho para uma fenda.
Epílogo - Um f...  para vocês!

Os textos vêm sendo escritos e compilados pela atriz Anna Machado ao longo dos últimos 20 anos. Muitos foram escritos durante sua adolescência e outros tantos espalhados pelo espaço tempo da vida recém adulta. 
Da infância, apenas um diário. Ali descrevia seu cotidiano. Mas depois do terceiro dia , já entediada, sumia por completo do diário que se tornava semanário e até mensal. 
Querido Diário era como sempre começava. 
Querido Diário. 
Depois, querido Di, pois já estavam íntimos.
Di, era o receptáculo de pequenos acontecimentos cotidianos, ali ela depositava seu dia a dia, futilidades e outras pequenas mentiras. Mas o que realmente havia de cruel em sua vida passava longe daquelas linhas. Nunca registrou em lugar nenhum as violências que sofreu. Os medos, as decepções. Os abusos. O ser obrigada a amadurecer antes do tempo, ser colhida ainda imatura pra tantas coisas. 
Assim, construiu ao seu redor um muro de hera, tão encantador, que ninguém que a conhecesse na superfície poderia imaginar haver tantos universos sob sua pele. Um casulo de seda. Delicado e extremamente forte. Pra que escondida entre as heras do muro, pudesse realizar seu ciclo.

Um feito para uma feita é o resultado destes primeiros 20 anos de criação poética e performática. Onde os relatos, poemas, contos, notas escritas em bares, postais de tantos lugares, cartas de amigos, amores e pares, formam essa rede intrincada que é uma encenação.

Um fado para uma foda segue os próximos 20 anos de criação da atriz que durante esse percurso de tempo participou de inúmeras formas diferentes de arte. Cenas, espetáculos, performances, apresentações, aulas, palestras, itinerâncias, shows e concertos sem fim. Uma vida cheia de arte, plena do ato de criar, gerar e germinar sonhos. 
Veio a lavoura e veio a colheita e veio o momento da refazenda, da natureza interna, de aprender a dar tempo ao tempo, não acelerar um processo que precisa ser respeitado. 

Um fecho para uma fenda é uma projeção. É poesia pura com os devaneios e fantasias da atriz que no auge dos seus quarenta anos, em meio à uma pandemia, resolve contar seu feito pra humanidade ( risos) É uma provocação com o sincrodestino. É uma maneira de encerrar um congênere, pois nunca saberemos o que virá depois. Não é mórbido. É lírico. É onírico. Psicomágico.  

Por agora, acredito que basta de falar. 
Em breve, mais materiais irão surgir por aqui. 

Bem vindos ao

Do alto da torre  



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