Uau....
E lá se vai bem mais de um ano sem escrever uma única linha neste blog...
Nem quero narrar tudo o que se passou...
Nunca tive pretensões literárias com este monólogo moderno de blog, apenas uma ferramenta diária de "me empurre aqui por favor que eu não estou conseguindo sair do lugar!"...
E nesse novo ano que se inicia, depois de ouvir incessantemente que eu já sou o melhor de mim, que preciso apenas relaxar e me aceitar exatamente como sou em contraponto com todos os exercício que vivo iniciando e deixando de lado em busca de um auto aperfeiçoamento-fortalecimento-mamãe quero ser foda... chego à conclusão de que talvez meu grande equívoco se resuma à uma metáfora quase cafona... confundindo durante esses 20 anos borboletas e mariposas.
Durante um tempo, particularmente intenso e muito relevante da minha vida me identifiquei com as borboletas. Eu as via como um símbolo de minha própria psiquê; um totem, um guia xamânico.
Após algumas venturas e desventuras e um coração bem partido, conclui que minha borboleta havia se tornado um resistente e resiliente corvo. Animal não tão espalhafatoso, mas muito forte e extremamente simbólico como tal.
Recentemente ouvi algo que me despertou novamente a atenção a respeito das borboletas. Descobri que muitas vezes confundimos borboletas e mariposas.
As mariposas possuem algumas diferenças gritantes em relação as borboletas. Uma delas é o fato das borboletas serem diurnas e as mariposas serem noturnas. Outro fato são as cores, vibrantes nas borboletas e suaves nas mariposas. O que têm ligação direta com seus hábitos diurnos e noturnos. Mas o mais interessante é o fato de que apenas as mariposas constroem seus casulos com fios de seda. As borboletas não possuem tal habilidade.
Então, fechei meus olhos e recordei com atenção da noite em que descobri que meu animal interior era uma borboleta e pasma conclui que cometi um grande erro ao confundir uma enorme mariposa com uma borboleta. Aquele animal que deu um rasante na minha cara às oito da noite em pleno cerrado senhoras e senhores, não era uma borboleta... E como tudo fez sentido agora...
Passei a vida toda tentando ser um borboleta, tentando brigar com meus hábitos noturnos, tentando me convencer de que não acordar as 6 da manhã pra fazer cooper era um pecado mortal, tentando ser colorida e vibrante e emperiquitada como toda boa mulher ultra feminina é, quando sempre me caíram melhor os tons suaves e o despojamento. Quase masculino até, segundo algumas más línguas. Talvez a única coisa com a qual sempre estive confortável em todos esses anos, seja o fato de sempre construir minhas crisálidas com fios de seda. Sempre. Tal qual a ostra no oceano com suas pérolas. Sempre fiz de meus tormentos, minhas rupturas, minhas mais duras aprendizagens e transformações, algo belo e admirável. Algo do qual, apesar de tudo, eu pudesse me orgulhar.
Começo meu ano novo, com um presente diferente de mim mesma. Aceitação sobre quem realmente sou. Continuo amando as borboletas como seres lindos e admiráveis que são. Começo a amar as mariposas com um olhar embasbacado de quem nota e percebe finalmente o ser encantador que sempre esteve ali do lado encoberto pelas expectativas alheias...
Daqui pra diante uma nova jornada se inicia... Nem sei dizer se de auto-conhecimento como foram tantas outras... Mas principalmente de auto-aceitação. Cansei de brigar com quem realmente sou.E que seja bem vinda minha Estação Mariposa!